As múltiplas cores da cidade vermelha – Marraquexe
Ninguém fica indiferente a Marraquexe, ou se adora ou se
odeia. Com voos diretos à saída de Portugal e com esta cidade aqui tão perto é
de estranhar como é que não existe uma maior procura para este destino. Marraquexe
não cansa sendo um destino ideal para uma viagem de curta duração.
Sendo uma cultura muito diferente da nossa existem regras fundamentais
que temos de respeitar pois por aqui somos só uma visita. O respeito pelos
templos e mesquitas é uma das regras básicas mas outras se seguem, como o facto
dos marroquinos normalmente não gostam de ser fotografados pelo que é preciso alguma
atenção. O Palácio do Rei não pode ser de todo fotografado, os guias alertam
bastante para esse facto, e não adianta provocar a ira de algum guarda que
esteja mais mal disposto correndo o risco de poder ficar sem a camara ou sem
outras fotos da viagem. A nossa mente é muito poderosa, aproveite e registe
nela estas imagens.
Se a chamada para as rezas, varias vezes ao dia, é algo que
no inico se estranha ao fim de algum tempo já mal se dá por isso. Rapidamente nos
habituamos a tudo incluindo a confusão de pessoas e carros, tão típica de
Marraquexe.
No passado esta cidade era conhecida como Al-Maghreb
al-Aqsa, o lugar do sol-posto, tendo sido ponto de encontro entre árabes,
europeus e africanos. Este é um território muito ligado a Portugal pela sua
proximidade geográfica e pelo passado e pela história mas tão afastado atualmente
pelos hábitos e cultura. Aqui apresenta-se uma terra que invadiu e foi
invadida, criando um misto de culturas que está hoje em dia ainda muito presente
na arquitetura, embora em bom nome da verdade se deva reconhecer que existem
mais traços espanhóis do que portugueses nestas representações arquitetónicas e
artísticas. Para Marrocos, atualmente o maior desafio será em procurar o equilíbrio
neste país que ainda oscila tanto entre o tradicional e moderno.
Por aqui todos os caminhos vão dar ao mesmo sítio - a praça
Djemaa el Fna, Património Oral da Humanidade. Todas as tardes a praça se anima
num inimaginável e grandioso teatro de rua, dando espaço a encantadores de
serpentes, dentistas que vendem dentes e placas, oculistas com pequenas malas
que vendem óculos em segunda mão, marroquinos e pequenos macacos que são
verdadeiros artistas, acrobatas, mágicos, adivinhos, cartomantes, dançarinos,
músicos gnawa, tuaregues e artistas, pinturas que as mulheres berberes fazem
com henna nas mãos das turistas e contadores de histórias. Avance para o
interior do souk com a ajuda de um guia local e prepare-se para as compras. As
regras do jogo para obter o melhor preço são muito simples, use doses maciças
de simpatia e de respeito e divirta-se. Se o dialogo correr bem vai trazer tudo
o que imagina e muito mais. Vale a pena comprar de tudo mas cuidado com o
excesso de bagagem no regresso. As joias são lindas, os tecidos de seda para vestir
ou para a casa são maravilhosos. Depois existe de tudo o que possa imaginar,
candeeiros, sapatos, malas, mil e uma especiarias, perfumes, sabonetes, e uma panóplia
de objetos que mesmo que não compre vão ficar para sempre na sua imaginação. Quando
anoitece a praça muda, ilumina-se e é invadida por inúmeros restaurantes de rua.
A outra sugestão de viagem é apanhar uma charrete na praça e
fazer uma visita guiada à cidade. Mais uma vez o preço é negociado. Depois de
conseguir o valor que acha justo aproveite e visite entre outros o Palais de la
Bahia, os Túmulos Saadianos, a Koutoubia, o Museu de Marraquexe, e o Museu de
Arte Islâmica, e claro desfrute bastante da viagem.
Em Marraquexe existe um jogo natural de cores que se observa
em qualquer rua ou praça, o contraste bem patente nas cores das casas e na sua
decoração rica e delicada joga com o delicado céu azul, o romantismo do
ambiente convida-nos ao repouso e a relaxar calmamente enquanto bebericamos um
chá de menta.
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