S. Miguel, a ilha encantada



Diz a lenda que para lá das Colunas de Hércules dominava o poderoso império dos Atlantes. Esse império era constituído por uma federação de dez reinos, sendo que os seus habitantes não se deixavam corromper pelo vício e pelo luxo.

Toda a Atlântida era uma terra de sonho e riqueza com madeiras preciosas, minas de metais nobres, um clima extraordinário que favorecia a agricultura, ricas casas e palácios. Havia ainda estradas e pontes e o desafogo económico criou as condições ideias para o surgimento de sábios e artistas. A joalharia usada era feita com um material exótico e mais valioso que o ouro, oricalco e era apenas do conhecimento daquele povo misterioso, corajoso e feliz.


Mas para se defenderem das invejas os Atlantes tiveram de aprender as artes de guerra. De tal modo se portaram bem na defesa da sua terra que o orgulho brotou e a ambição abriu caminho. Assim, o poderoso exército alastrou por todo o mundo conhecido e dominou os povos, dado azo ao orgulho, à vaidade, ao luxo e à corrupção, afrontando assim os deuses.

Zeus, zangado, convocou um consílio para que se aplicasse um castigo exemplar e como consequência, a terra tremeu violentamente, o céu escureceu, o fogo varreu as florestas, o mar galgou a terra e engoliu aldeias e cidades.

A Atlântida desapareceu para sempre no mar!
 

No entanto nove dos montes mais altos ficaram a descoberto. Muitos anos mais tarde essas pequenas ilhas foram povoadas e são hoje as 9 ilhas dos Açores. Acredita-se que por aqui se tinha descoberto o segredo da juventude eterna, mas depois da devastação, os poucos que sobreviveram esqueceram-se, e esse conhecimento perdeu-se para sempre. Foi Platão, filósofo grego que descreveu com algum detalhe como tinha sido esta terra mítica.
 
Muitas são as lendas e os mistérios que rodeiam as ilhas mágicas dos açores, nomeadamente S. Miguel. Desde histórias mais antigas cuja origem se perdeu nas brumas do tempo até outras mais recentes que falam sobre barcos intactos encontrados à deriva mas sem viva alma lá dentro, invocando o paralelo 35 em alto mar, como um ponto misterioso onde é difícil encontrar uma justificação logica para o que eventualmente acontecerá por lá.

 

É a partir deste clima de mistério em que a curiosidade está ao rubro que vale a pena conhecer as maravilhas que S. Miguel tem para oferecer a quem visita a ilha. Com garantia de ter as quatro estações do ano num só dia vale a pena partir à descoberta, sendo fundamental compreender que o clima e a variação climatérica favorece o ambiente destes mistérios que envolvem os Açores.



Os roteiros turísticos divulgam e promovem os tradicionais locais a visitar, entre eles não pode falhar a visita à Lagoa das 7 cidades, à Lagoa do Fogo e as Furnas.

 
Se a paisagem das lagoas é estonteante pela sua beleza as furnas são misteriosas com o fumo a brotar da terra, acompanhado de golfadas de água a ferver e de um chão onde se cozinha dentro de terra o melhor cozido do mundo.

 
O silêncio convida à introspeção e a paisagem onde a natureza é livre convida à tranquilidade e à apreciação das coisas simples da vida.


 
No entanto, verdadeiramente fantástico é a possibilidade de fazer banhos termais na ilha. Não são uns simples banhos em termas iguais idênticas a tantas outras. A oferta de banhos termais na ilha é bastante variada com destaque para a Caldeira Velha, com águas férreas e uma cascata onde a água corre a uma temperatura que ronda os 30 graus; o Parque Terra Nostra com uma grande piscina natural de água sulfurosa. A piscina está localizada no meio do parque, no centro da natureza. Embora estas águas possam estragar o fato de banho vale a pena experimentar estas águas quentes em plena comunhão com a natureza; a Poça da D. Beija, também nas Furnas e também de água muito quente e existe ainda a Piscina Natural e Termal da Ferraria. Para além das termas a oferta de praias em toda a ilha é bastante variada.


 


( fotos de Carla Fonseca)

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