O romântico lago do Jardim do Campo Grande em Lisboa

Mesmo no centro de Lisboa existe um espaço verde, um verdadeiro luxo, que vale a pena revisitar. O Jardim do Campo Grande é o maior espaço verde do centro de Lisboa com um lago "navegável", ocupando uma área de 11,1 hectares, atingindo 1.200m de comprimento por 200m de largura.



Parece que foi palco do cerco a Lisboa pelo rei de Castela na sequência da crise de 1383-85, campo da cerimónia de revista às tropas pelo Rei D. Sebastião, antes da partida para Alcácer Quibir e que no século XVI se chamava Campo de Alvalade. Mas o jardim que podemos ver atualmente não difere muito daquele que foi idealizado há 2 séculos pelo Conde de Linhares, quando em 1801, o Príncipe Regente D. João I deu ordens para reformular aquele espaço.



Mais tarde, em 1869 iniciou-se a construção do lago principal do Campo Grande, já na altura inserido num jardim público frequentado por nobres e realeza e que foi mais tarde renovado durante o Estado Novo. Este grande lago foi construído para agradar às esposas e famílias dos amantes de cavalos, nascendo assim os passeios românticos de barco a remos. Em 1900, no centro do lago, nasce um botequim para venda de bebidas, cujo único acesso era feito por uma ponte de madeira.






Infelizmente nos últimos anos este espaço estava abandonado e em 2012 existia o antigo Centro Comercial Caleidoscópio totalmente vandalizado, um lago silencioso e despojado de vida, uma esplanada abandonada e um espaço magnífico deitado ao abandono, um luxo no centro da cidade aparentemente esquecido por todos. Recentemente tudo se alterou e o Jardim do Campo Grande ganhou uma nova vida, teve obras profundas, o lago não foi esquecido e já é de novo navegável e a esplanada, à sombra de uma magnólia imensa, faz-nos recuar à paz dos anos 50. Cheia de famílias com crianças e cães, a tranquilidade é mesmo assim o que mais se faz ouvir.




E este jardim tem de tudo, um parque para os animais de estimação brincarem e conviverem, um parque infantil para os mais pequenos, campos de padel, parque de merendas onde se pode fazer tranquilamente um pic-nic em família, um lago navegável onde se pode alugar barcos a remos, uma esplanada com restaurante onde também é possível fazer pequenas festas e uma Sala de Ames e muito em breve um ginásio.




O antigo Caleidoscópio, com uma arquitetura magnífica, está de pé e a ganhar uma nova vida. Quase pronto para se apresentar ao público, aqui vai ser muito em breve um novo Mc Donalds. E se os críticos se levantam por causa do tipo de restaurante que vai aqui nascer, questionem-se de não será melhor assim do que ver um edifício simbólico da cidade ser demolido, ou deitado ao abandono e totalmente vandalizado. Este centro comercial tinha sido inaugurado a 1 de novembro de 1974. Tratava-se de um edifício de 2.700m2, projetado em 1971 pelo arquiteto Nuno San Payo e integrava um painel cerâmico em relevo de autoria da ceramista Maria Emília Silva Araújo. O edifício, contíguo ao lago, tinha várias lojas, cinema para 299 espetadores, o cineasta Lauro António foi o primeiro diretor de programação, e restaurante panorâmico.






  

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