Da Arte Rupestre em Moreira à calmaria da aldeia de Pisão
Na sequência da visita ao projeto Turístico Moinhos do Pisão
era importante conhecer os arredores para perceber a melhor forma de ocupar o
tempo a quem escolher este local para passar férias.
Existem múltiplas opções que se adaptam às várias procuras
do mercado turístico mas no meu entender, algumas das mais surpreendentes são
as sepulturas e as lagaretas em Moreira, aldeia vizinha de Pisão.
Estas construções são mais vulgares no norte e centro do
país, principalmente em áreas ocupadas por granitos. Apesar de comuns, até hoje
o seu estudo não despertou a curiosidade dos investigadores dos espaços rurais
pelo que as mesmas se encontram espalhadas pelos terrenos, algumas em quintais
de casas, protegidas naturalmente pela vegetação que as cobre.
Por aqui é possível encontrar sepulturas antropomórficas, algumas
delas que se calcula que tenham sido usadas posteriormente como lagaretas, e as
lagaretas propriamente ditas, o que confirma a ligação deste território à
produção vitivinícola desde tempos imemoriáveis. Para além disso ainda existem vestígios
de Arte Rupestre, uma Estação de Ar Livre do período Calcolítico, vestígios de
vilas romanas, vestígios de calçada romana, Placa Funerária Romana, uma Necrópole
do período Medieval Cristão e tanto mais sobre a origem da nossa nação, tudo
bem guardado em terrenos agrícolas, muitos em poisio ou nos quintais das casas das
aldeias. Gentes e monumentos coexistem desde sempre, num respeito reciproco, próprio
das terras de Portugal.
Do registo destes monumentos pré-romanos, apresentados pela
Camara Municipal de Nelas, é possível concluir que existem monumentos com
interesse histórico espalhados pelo concelho de Nelas, nas freguesias da
Aguieira, Canas de Senhorim, Moreira, Nelas, Santar, Senhorim e Vilar Seco.
O nome Moreira tem origem na forma antiga do nome de uma árvore
e é neste local que se localizam os monumentos pré romanos fotografados. É sem dúvida
uma localidade muito antiga uma vez que um documento de 1100 menciona já a
ermida ou capela desse lugar mas em 1258, Moreira pertencia já ao concelho de
Senhorim.
Já na aldeia onde esta história começou, Pisão, o destaque
vai para a beleza natural de uma aldeia quase esquecida, onde plantas espreitam
às janelas, abandonadas há muito tempo, teimando em ocupar o lugar de famílias outrora
grandes e felizes e casas esperam a sua vez para serem recuperadas, depois de
verem que é possível ganhar uma nova vida, como a daquelas que se mostram agora,
exibindo materiais tradicionais misturados com conceitos modernos.
A ribeira, as flores e os vinhedos a perder de vista compõem
uma bela paisagem onde não falta a capela cuidadosamente tratada, com mesas de
pic-nic e um palco, a pedir casamentos modernos de verão, como aqueles que
passam em filmes na Televisão e que achamos que só podem acontecer às estrelas
de cinema que escolhem França ou Itália para celebrar o amor.
O encanto desta terra destaca-se pela sua simplicidade, vale
a pena conhecer melhor esta região de Portugal, com tanto para oferecer, e ainda
tão pouco divulgada.
A blogger viajou a convite de Moinhos do Pisão: https://www.facebook.com/www.moinhosdopisao.pt/?fref=ts
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