LXFactory – Quando os espaços industriais renascem para a vida

Em Lisboa já quase toda a gente ouviu falar no LXFactory mas acreditem que nem todos conhecem este espaço. Fora da capital então é um deserto. E se, fruto da intervenção dos media e da web, quem nos visita chega a Alcântara, parecendo teletransportados de todos os cantos do mundo, por cá muitos ainda não conhecem a historia, a dimensão e o potencial deste espaço urbano, aberto para o mundo, situado em pleno coração de Lisboa.
De acordo com o site do LXF, “é no ano de 1846 que a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense, um dos mais importantes complexos fabris de Lisboa, se instala em Alcântara. Esta área industrial de 23.000m2 foi nos anos subsequentes, ocupada pela Companhia Industrial de Portugal e Colónias, tipografia Anuário Comercial de Portugal e Gráfica Mirandela.
Uma fração de cidade que durante anos permaneceu escondida é agora devolvida à cidade na forma da LXFACTORY. Uma ilha criativa ocupada por empresas e profissionais da indústria também tem sido cenário de um diverso leque de acontecimentos nas áreas da moda, publicidade, comunicação, multimédia, arte, arquitetura, música, etc. gerando uma dinâmica que tem atraído inúmeros visitantes a redescobrir esta zona de Alcântara.
Em LXF, a cada passo vive-se o ambiente industrial. Uma fábrica de experiências onde se torna possível intervir, pensar, produzir, apresentar ideias e produtos num lugar que é de todos, para todos”.
Para além desta apresentação, o que vos posso dizer é que encontramos um espaço fabril antigo, que se vê e se sente que tinha sido abandonado, e que não foi alterado na sua essência, pelo contrário, tudo foi aproveitado, criando uma dinâmica moderna onde o retro convive com os conceitos de vida mais urbanos e citadinos.
 Neste espaço, todo ele virado para a vivência da rua e dos espaços livres, pode-se encontrar empresas residentes que tocam vários aspetos da nossa sociedade como arquitetura, design, restauração, comércio / Lazer, publicidade, moda, artes Plásticas, artes Performativas, música, novas Tecnologias, comunicação/Marketing, fotografia, editores e outros. Quando passeamos pelas ruas e nos sentamos numa esplanada sentimos que estamos fora de Lisboa, pois o LXF parece não ter fronteiras, sendo possível imagina-lo numa capital do norte da Europa.
Para melhorar ainda mais esta vivência entre a cidade e este conceito, aos domingos, na rua principal do LXF que entretanto fica fechada ao trânsito, decorre uma feira de artesanato, venda de artigos usados e comercialização de produtos agrícolas (LX Rural como apoio Oeste Portugal). A feira, que cruza gerações e nacionalidades decorre das 9h30 às 16h00 e por aqui pode-se comprar um pouco de tudo.
Admirável é a vida que este espaço abandonado ganhou, exibindo-se agora a todos, com as suas múltiplas cores, onde lojas espreitam para a rua, num emaranhado de ideias, em que uma nova vida é o fio condutor.
Espantoso é que uma velha fábrica ganhou uma nova vida, numa zona da cidade que embora seja central nunca entrou nos circuitos mais procurados pelos turistas, pela carga do seu passado.
  
 
 
 
 
 

 É que recuando no tempo, a partir do final do séc. XIX instalaram-se em Alcântara importantes fábricas como dos curtumes, indústria química, fábricas de moagens, indústria de lanifícios e têxteis. Além da extração de pedra para a construção e para o fabrico de cal que era uma indústria que já existia há muito tempo em Alcântara.
Foi o elevado número de fábricas que determinou o carácter popular e operário do bairro de Alcântara, só que os edifícios fabris de finais do século XIX foram entretanto abandonados tendo de se esperar uns bons anos para que os espaços fossem reinventados e devolvidos de novo à cidade. Coincide com esta mudança o forte crescimento dos turistas em Lisboa, que adotam por completo o novo conceito. Hoje, pelas ruas do LXF encontra-se um caldo de culturas nas ruas, de gentes vindas de todos os lados, ávidos da descoberta, falando múltiplas línguas.
É de tudo isto que este espaço é feito, sendo fácil perdermo-nos a apreciar a beleza da reinvenção da cidade dos nossos dias.
 

 
 
 
 
 
 
 
 

 


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