Moura encantada

A Lenda
Contavam os mais antigos que Salúquia, a alcaidessa de Moura, estava prometida a Brafma, príncipe da cidade de Aroche. Chegada a véspera do casamento, Brafma e a sua comitiva dirigiram-se para Moura quando foram alvo de uma emboscada liderada pelos fidalgos da Reconquista Cristã, D. Álvaro Rodrigues e D. Pedro Rodrigues.
Vencida a comitiva árabe, vestiram os trajes dos derrotados e encaminharam-se para Moura. Ao vê-los, Salúquia, julgando tratar-se do seu noivo, abriu as portas do castelo, abrindo também as portas ao domínio cristão. Quando deu conta do que tinha feito precipitou-se do alto da torre.
A partir de então esta cidade passou a chamar-se Moura. Nas armas do concelho vê-se a imagem da moura estendida no chão e a torre em segundo plano, numa alusão a esta lenda.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Os encantos de Moura
As gentes são o maior encanto desta cidade alentejana. Recebem-nos de braços abertos, com um sorriso alegre e matreiro e com o cante no coração. Conquistam-nos ao primeiro olhar pela sua simplicidade e fazem-nos querer voltar.
Moura fica situada na margem esquerda do Rio Guadiana, sendo o concelho atravessado pelo Alqueva. A nível agrícola destaca-se pela vinha, montado e olival. Integrado na Zona de Proteção Especial de Moura/Mourão/Barrancos descobrem-se por aqui interessantes pontos de observação de aves, apresentando ainda excelentes condições para caminhadas e prática de desportos náuticos. É ainda possível observar vestígios do período romano e da ocupação árabe. A sua forte tradição religiosa está patente até hoje nas igrejas que compõem a cidade e no coração dos moradores.
Mas Moura é muito mais. É a terra do cante alentejano e as suas ruas fazem parte do património arquitetónico português e da nossa vasta herança cultural.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

O verão está a acabar, vale a pena ainda ir a Moura?   
Claro que sim, neste momento ainda existe muito para apreciar por aqui. Deixo algumas sugestões:
32ª Feira do Artesanato/ 7ª Mostra de Aromas e Sabores
Musica, gastronomia e espetáculos. Esta mostra inclui o prémio municipal de artesanato. Pode ser visitada de 8 a 11 de setembro no Parque de feiras e exposições 
 
Exposição - Água Património de Moura - Identificação de Um Concelho
Local - Museu Municipal (Antigo Matadouro)
Entrada Gratuita, patente ao público até 31 de Maio de 2017
Nesta exposição estão patentes ao público cerca de 80 peças de diversas proveniências, com destaque para os materiais arqueológicos e do Museu da Água Castello. As peças procuram dar uma visão abrangente dos diferentes tipos de uso da água.
O objetivo da exposição é valorizar o potencial da água no concelho de Moura, nas suas diversas componentes (consumo humano, agricultura, turismo), tomando como ponto de partida a excecionalidade da sua presença no ponto mais alto da cidade. Identificando este elemento como o dos marcos mais importantes para a fixação de populações nesta zona ao longo dos anos.
 
Exposição de Cerâmica Contemporânea de António Vasconcelos Lapa (Até final de Setembro)
Local - Jardim Dr. Santiago
Entrada gratuita
Em Moura, António Vasconcelos Lapa apresenta a exposição “Éden”, num conjunto de peças de cerâmica, com serpentes, répteis e animais exóticos, que nos remetem para o Paraíso.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Visita obrigatória
O Castelo
Não marquei visita e quem estava por lá nem fazia ideia de que existia este blog. Fomos muito bem recebidos, tivemos uma visita guiada excelente porque fomos acompanhados por um profissional muito conhecedor da realidade da cidade e do seu passado. Lembram-se de quando contei que deixamos passar a hora de almoço? Foi precisamente na visita ao castelo.  
Situado no coração do Centro Histórico, o Castelo deteve uma ocupação humana intensa desde a Idade do Ferro. Durante o domínio muçulmano este local conheceu uma imponente fortificação islâmica e foi palco de inúmeras lutas entre cristãos e muçulmanos. É um dos principais polos de atração turística da cidade e os seus muros não contam só as histórias mais recentes porque fruto de uma cuidadosa ação humana, o passado tem vindo a ser escavado, sendo possível apreciar as várias fases de vida que teve o Castelo.  
 
Igreja e Convento do Carmo
Fundada pela Ordem do Hospital em 1251 serviu para acolher os primeiros frades carmelitas. No interior da igreja descobrem-se elementos manuelinos, pinturas murais e, na abóbada da segunda capela lateral, azulejos seiscentistas e pratos de faiança.
 
Museu de Arte Sacra
Instalado na Igreja de São Pedro, foi inaugurado em 2004 com a missão de dar a conhecer os tesouros religiosos do concelho e do arciprestado de Moura, entre alfaias litúrgicas, esculturas, pinturas e ourivesaria.
 
Núcleo Árabe do Museu Principal
Situado em plena Mouraria, é uma antiga casa medieval com um poço árabe do séc. XIV. Podem conhecer-se ainda outras peças que testemunham a ocupação árabe, com peças de cerâmica, candis, um amuleto em osso com a mão de Fátima, placas de osso pintadas e varias epígrafes.
 
Museu Alberto Gordillo
Dedicado à obra de um dos pioneiros da joalharia moderna portuguesa, nascido em Moura em 1943, conserva uma coleção de mais de 200 peças, criadas e doadas pelo autor, e um espaço para a promoção desta arte em ateliês e oficinas.
 
Igreja e Convento de São Francisco
Construído entre 1547 e 1693, no interior da igreja sobressai a capela da Vieira executada em mármore, com cobertura em forma de concha.
 
Igreja de S. João Baptista
Templo junto à principal entrada do Castelo, construído no séc. XVI. Destaque para o portal, a torre sineira e o seu balcão com altar, usado para celebrar a missa da antiga prisão em frente.
 
Museu Municipal
Instalado num antigo celeiro, apresenta uma coleção de arqueologia, da pré-história ao séc. XVIII, com destaque para obras de Idade do Ferro, romanas e islâmicas.  Acolhe ainda uma sala de exposições temporárias.
 
Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo ( CEPAAL)
Moura é um concelho marcado pela olivicultura. Neste centro há uma exposição sobre o azeite e provas com os melhores azeites alentejanos.
 
Pátio dos Rolins
Conjunto de casas que remonta ao final da época medieval (final do séc. XV – inicio do séc. XVI). Numa delas está localizado o Posto de Turismo, onde pode ser visitada uma antiga forja de ferreiro.
Lagar de Varas do Fojo-Museu do Azeite
 Um antigo lagar comunitário do séc. XIX em funcionamento até 1941. Utiliza apenas tecnologia tradicional, que evoluiu a partir do sistema romano, e é um exemplar raro e bem conservado.
 
Quarteis de Moura
Edifício de traça popular construído em meados do séc. XVIII para habitações dos militares que defendiam a praça-forte de Moura.
 
Mouraria
É das mais importantes mourarias do país, composta por três ruas estreitas, uma travessa e um largo, onde se situa o Núcleo Árabe do Museu Municipal. Nas casas caiadas, distinguem-se as típicas chaminés alentejanas.
 
Texto escrito a partir de informação disponibilizada pela Camara Municipal de Moura

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