Vamos ao teatro conhecer “A Mãe Biológica de Marilyn Monroe” ?
A peça conta com a participação de Maria Emília Correia,
Núria Madruga e Sara Salgado e está em cena no Teatro Armando Cortez de 12 a 30
de Outubro
Marilyn Monroe chega
supostamente uma noite a Gainsville, na Flórida, à casa onde a sua mãe
biológica Gladys Baker, uma mulher mentalmente enferma, vive na companhia de
uma cuidadora, a jovem Lydia Martinez, de ascendência cubana. Parece estarmos
no Verão de 1962, pouco tempo antes da morte de Marilyn, mas esta não passará
somente de uma impressão inicial. Nada é o que aparenta ser numa peça que joga
em permanência com a simulação teatral de identidades. Gladys, não obstante a
doença psíquica que a impediu de criar a filha, mantém hoje,
surpreendentemente, um lúcido duelo verbal com esta mulher que a visita e lhe
assegura ser aquela que ela deu à luz com o nome de Norma Jeane. Mas será Lydia
a quebrar esta primeira ilusão dramática, ao declarar que duas décadas se
passaram desde a morte de Marilyn, e a visitante que ali está jamais poderia
ser ela, embora Gladys se deseje enganar a si mesma, porque esta ficção a
consola por momentos pela perda precoce da filha, tornada «Vénus do cinema».
Mas existem mais simulações inesperadas numa peça repleta de
sobressaltos na inscrição temporal em que a suposta acção decorre. Gladys, ela
mesma, também não é quem diz ser porque Gladys Baker também já morreu há alguns
anos, em Gainsville. E se Kathy de Sousa é o nome verdadeiro da jovem
luso-descendente que ganhou um concurso de sósias de Marilyn, quem se esconderá
no perfil da actriz que simula o papel de Gladys, nessa espécie de casa
temática de que somos inesperados espectadores? O jogo das identidades entre
estas três mulheres deflagra diante de nós e descobrimo-nos a testemunhar um
evento cénico em tempo real no qual figuras e eventos históricos, simulacros
deles e teorias da conspiração se enovelam para nos seduzir num crescendo
emocionante de enigmas que aguardam resolução.
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