O Mítico Jardim Zoológico de Lisboa está cada vez mais jovem


Não ia ao Jardim Zoológico desde que os meus filhos eram pequenos e na minha mente prevaleciam as imagens do zoo da minha infância, com jaulas quadradas, de azulejos brancos também quadrados onde animais entediados nos observavam tristemente e um pobre elefante passava o dia a tocar o sino em troca de umas miseras moedas. Esta era a imagem que eu tinha, e que caiu totalmente por terra quando voltei ao zoo, na passada semana.
Os animais vivem em espaços adaptados às suas necessidades, as tristes jaulas de circo deram lugar a espaços arejados, amplos, onde se recria o ambiente que os faz sentirem-se confortáveis. Os pinguins tomam banho encostados a nós e brincam connosco tentando tocar-nos, os macaquinhos parecem soltos numa ilha, tal como os seus irmãos maiores, os fabulosos gorilas. Nos lagos que circundam os espaços dos animais maiores existem múltiplos peixes e as tartarugas domesticas, que eram pequenas e cresceram demais nas nossas casas, também têm o seu espaço reservado no Zoológico de Lisboa.









As entradas não são baratas no entender de alguns no entanto é preciso pensar que este espaço tem ao seu cuidado cerca de 300 espécies de animais num total de aproximadamente 2.000 bocas para alimentar diariamente entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios (e alguns comem que se fartam!). Tem ainda um espaço enorme que é necessário manter e atender a todas as necessidades dos animais não é económico.
Para além das entradas a gestão do zoo usou a imaginação e elaborou varias formas de ajudarmos este espaço a viver. Assim, para as empresas tem espaços para eventos, o apadrinhamento de animais, patrocínio e ações de team building. Ainda é possível apadrinhar individualmente os animais, fazer festas de aniversário no zoo, por lá os miúdos a passar as férias, viverem um sábado selvagem ou participarem em workshops de educação ambiental. Os seniores não foram esquecidos pois o zoo tem um programa elaborado especialmente para eles e que inclui visitas aos bastidores e percursos temáticos.  
Para os mais céticos, o zoo participa em programas de conservação de espécies ameaçadas, investigação e conservação, enriquecimento ambiental e reintrodução de espécies no seu habitat natural.









Na zona livre do espaço, onde não se paga bilhete para entrar tem o Parque de Diversões para os mais pequenos, o Animax e equipamentos lúdicos, salas para festas, restaurantes, lojas, áreas de descanso, multibancos e posto de socorros.
De acordo com o site oficial, o Jardim Zoologico de Lisboa foi inaugurado em 1884 sendo o primeiro parque com fauna e flora da Península Ibérica. As primeiras instalações situaram-se no Parque de São Sebastião da Pedreira, que foi cedido gratuitamente pelos seus proprietários.
Mais tarde, o parque mudou-se para a Palhavã e a 28 de maio de 1905, foram inauguradas as instalações na Quinta das Laranjeiras. No dia 12 de março de 1913, o Jardim Zoológico foi declarado Instituição de Utilidade Pública. Em 1952, a Câmara Municipal de Lisboa galardoou o Jardim Zoológico com a Medalha de Ouro da Cidade.








A queda do Estado Novo em 1974 e a consequente independência das antigas colónias em África, significou a quebra do forte apoio prestado ao Jardim Zoológico pelas autoridades na diversificação e renovação da coleção animal para agravar a situação, por esta altura, o número de visitantes também diminuiu de forma substancial. Foi assim necessário desenvolver e implementar uma nova estratégia de gestão para o Jardim Zoológico, adequando-o aos valores da época.
Em 1990, a nova política de gestão adoptada por Félix Naharro Pires, que entretanto tomou posse como Presidente do Jardim Zoológico, teve por objetivos a modernização das instalações existentes, assim como dos serviços. Foi melhorado o bem-estar animal, a sua alimentação e os cuidados médico-veterinários. Em paralelo, foram criados os serviços comerciais, marketing, relações públicas e imprensa, de modo a dinamizar o Parque como parceiro privilegiado das empresas.
Promover a educação para a conservação junto do público visitante foi, também, uma das principais preocupações, que rapidamente mereceu a criação de um serviço próprio, o Centro Pedagógico.









Atualmente o Jardim Zoológico representa o papel de educador, com a vantagem de possuir uma das melhores salas de aula do país, cuja coleção animal, espaço e atividades proporcionam uma aprendizagem atraente e eficaz.
O Jardim Zoológico deixou de ser uma montra de animais para assumir um papel ativo na proteção e conservação da Natureza. A melhoria das instalações para os animais permitiram o aumento da taxa de natalidade.
O Hospital Veterinário foi inaugurado em 2008, sendo considerado o melhor da Europa, pela EAZA - Associação Europeia de Zoos e Aquários.











Hoje em dia o Zoológico está bastante diferente, conseguiu acompanhar o desafio dos tempos sabendo atualizar-se e modernizar-se. Antes de terminar este texto que vos desafia a ir ao zoo e a passar por lá um dia em família, resta-me lembrar que o reptilário é mesmo arrepiante, o show dos golfinhos é uma delícia, o espetáculo das araras maravilhoso e não podem perder o passeio no comboio pelas ruas do zoo nem o fabuloso teleférico que passa mesmo por cima do espaço dos leões.  

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