A graça que a Graça tem
A magia dos pequenos recantos, as pedras que contam histórias
secretas de Lisboa, os detalhes, o moderno com o antigo, a luz, as pessoas, a
paisagem, as colinas que dão vida à cidade, o casamento do profano com o
religioso, as novas e as velhas lojinhas, as janelas com flores e roupa
estendida, a simbiose perfeita de uma tarde de sábado em Lisboa, mesmo com
chuva, vento e frio.
E depois a simpatia que tanto nos caracteriza e que me faz
sentir tão feliz na minha cidade. Os sorrisos com os olhos, com a alma, a
disponibilidade para ajudar, para dar um conselho amigo, e mesmo sem conhecer,
simplesmente porque somos assim, porque gostamos de ver os outros felizes.
E por fim, uma recomendação muito especial para onde almocei.
O restaurante/ cervejaria A Mourisca mesmo no Largo da Graça. Passava das quatro
da tarde quando entramos para almoçar, confesso que tinha pouca esperança de que
fosse possível almoçar a essa hora. Enganei-me! Fomos recebidos com um largo
sorriso, de braços abertos e muito bem aconselhados para o almoço. A minha
opção recaiu sobre uns Escalopes à Lagareiro que estavam mesmo no ponto. As doses
foram generosamente servidas e o atendimento excecional porque vinha bem recheado
de simpatia e disponibilidade.
Por vezes penso que estes restaurantes tradicionais podem
cair facilmente na tentação de olhar com “olho gordo” para todos os turistas
que nos entram diariamente em Lisboa e esquecer um pouco quem é de cá. No caso
da Mourisca tal não acontece, fomos tratados como clientes especiais, até ao
mais pequeno detalhe. Tenho ao meu lado o último gesto de simpatia, uma caneta
que foi dada com um grande sorriso a cada um de nós, mesmo quando estávamos a
sair do restaurante. Só porque sim, só por simpatia!
É fácil entender
porque Lisboa está na moda, de facto somos mesmo especiais.
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