BRANDA DA AVELEIRA E CASTRO LABOREIRO SÃO AS ÚNICAS CANDIDATAS NO NORTE DE PORTUGAL, NA CATEGORIA DE ALDEIAS REMOTAS
Melgaço recebe a 30 de julho a Gala das 7 Maravilhas de
Portugal – Aldeias. O Município Mais a Norte de Portugal tem duas aldeias a
concurso: Branda da Aveleira e Castro Laboreiro, as únicas candidatas no Norte
de Portugal, na categoria de Aldeias Remotas. Serão 7 Galas eliminatórias por
categoria e 49 aldeias a concurso. Branda da Aveleira foi o local escolhido
para acolher a Gala que mostrará as potencialidades das aldeias melgacenses:
‘Um património valioso e diferenciador, repleto de tradições e costumes
ancestrais’, considera o autarca Manoel Batista.
Em cada Gala estará uma categoria a votação: são 49 aldeias
a concurso, divididas em 7 categorias (7 aldeias por categoria). Os portugueses
poderão votar na sua aldeia favorita durante o decorrer da gala, através de um
telefonema para um número a designar minutos após o início da Gala. As Galas
serão emitidas em direto pela RTP todos os domingos de julho e agosto, a partir
das 21h e durante cerca de duas horas. A primeira Gala é no dia 9 de julho, em
Santa Clara a Velha (Aldeias Ribeirinhas); segue-se Paderne (Aldeias Rurais) a
16 de julho; Azenhas do Mar (Aldeias de Mar) a 23 de julho; Branda da Aveleira
(Aldeias Remotas) a 30 de julho; Podence (Aldeias Autênticas) a 6 de agosto;
Monsanto (Aldeias Monumento) a 13 de agosto; e a 20 de agosto nos Açores
(Aldeias em Áreas Protegidas), em Porto Martins, na ilha Terceira. A 27 de
agosto a RTP emite um programa de best of, sobre as 14 finalistas apuradas nas
Galas anteriores, e começa uma semana inteira de votação, até ao domingo
seguinte. As 7 eleitas são conhecidas a 3 de setembro, no Piódão, na Declaração
Oficial das 7 Maravilhas de Portugal® – Aldeias.
As performances artísticas das Galas vão retratar, de forma
abstrata, as vivências, a diversidade, a essência, a beleza e orgulho pelo
território português. ‘Estas Galas vão viver de um grande trabalho audiovisual,
desenvolvido no último mês e meio, com peças de três minutos sobre 49 aldeias
de Portugal Continental e ilhas, e de momentos artísticos de grande qualidade,
com uma componente cénica adaptada a cada região do país’, considera Luís
Segadães, presidente das 7 Maravilhas.
Sobre as 7 Maravilhas
de Portugal® – Aldeias
As candidatas a 7 Maravilhas de Portugal® – Aldeias são
organizadas em 7 categorias e as 7 vencedoras serão apuradas pelo maior número
de votos, uma por categoria, não podendo ser eleitas mais do que três aldeias
por região. As categorias são: Aldeias-Monumento; Aldeias de Mar; Aldeias
Ribeirinhas; Aldeias Rurais; Aldeias Remotas; Aldeias Autênticas; e Aldeias em
Áreas Protegidas.
Todo o processo de eleição das 7 Maravilhas de Portugal® –
Aldeias será auditado pela empresa internacional de auditores PwC.
O projeto conta com o apoio institucional do Gabinete do
Ministro Adjunto, do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento
Rural, da Secretária de Estado do Turismo, da Secretária de Estado da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, do Turismo de Portugal, da Unidade de Missão para
a Valorização do Interior, ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e
Florestas, do Centro Nacional de Cultura, do Instituto de História
Contemporânea, da Federação Minha Terra, e da Associação Portugal Genial.
Recorde-se que Melgaço concorreu com três aldeias, em várias
categorias: Branda da Aveleira – Aldeia Remota e Aldeias Autênticas, Castro
Laboreiro – Aldeia Remota e Aldeias em áreas protegidas – e Parada do Monte – Aldeias autênticas e
Aldeias rurais. Foram apresentadas 446 candidaturas de 332 aldeias das 7
Regiões do país.
BRANDA DA AVELEIRA situa-se à entrada do Parque Nacional da
Peneda-Gerês (PNPG), nas encostas da serra da Peneda, a cerca de 1100 m de
altitude, onde são ainda visíveis os vestígios da era glaciar (Glaciação de
Wurm).
Desde o século XII, que os brandeiros da Gave sobem com os
rebanhos para os pastos desta Branda, libertando os terrenos mais baixos para o
cultivo agrícola. Permaneciam na montanha durante todo o verão, só descendo até
à povoação (5 Km) para levarem mantimentos, facto que explica o isolamento
destes pastores.
Classificada como ‘Aldeia de Portugal’ pela Associação de
Turismo de Aldeia (ATA), representa a tipicidade da região e o ‘modus vivendi’
de uma época. Para além da beleza da paisagem e do conjunto arquitetónico que a
define, a aldeia é o testemunho de uma tradição agrícola e cultural de grande
valor antropológico, que a torna tão especial e singular. É constituída por um
conjunto de 80 casas rústicas e cardenhas de grande beleza e tipicismo,
algumas, recuperadas para turismo.
A fauna e a flora no seu estado mais puro coexistem com os
brandeiros que se dedicam à pastorícia (gado bovino e cavalar), à recolha dos
fenos e à apicultura, e aos turistas que podem desfrutar da diversidade
paisagística, trilhos pedestres, megalitismo, festas populares, cascatas de
águas límpidas e deliciarem-se com a gastronomia típica.
CASTRO LABOREIRO pertence ao concelho de Melgaço e situa-se
no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Possui um dos mais ricos patrimónios
pré-históricos do país que reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 Dólmenes
(datados de há 5000 anos) e Cistas (monumentos megalíticos funerários).
Esta aldeia possui um património histórico e arquitetónico
de grande riqueza, destacando-se um tipo próprio de construções castrejas
existentes em Castro Laboreiro: o Castelo de Castro Laboreiro – classificado
como monumento nacional; a Igreja Matriz de Castro Laboreiro; o Pelourinho de
Castro Laboreiro, datado do século XVI, classificado como imóvel de interesse
público; igrejas medievais; os fornos comunitários; os espigueiros; e os
moinhos.
Castro Laboreiro é uma das aldeias mais emblemáticas do
Parque Nacional da Peneda Gerês, resultado do isolamento que sofreu no passado,
o qual permitiu que chegassem intactos nos nossos dias, aspetos do património
histórico e cultural da aldeia, como a arquitetura, a paisagem e o modo de vida
das suas gentes, ainda hoje marcado por um forte espírito comunitário.
Situada no extremo Norte do Alto Minho e de Portugal. Está
localizada no cimo da montanha, a mais de mil metros de altitude, levou a que
os castrejos defendessem os seus costumes, e tradições de todas as influências
estranhas, e que ainda hoje persistem. Uma dessas tradições é a das inverneiras
e das brandas. Em meados de Dezembro, com a chegada do frio e dos nevões, as
populações de Castro Laboreiro pegam nas suas roupas, utensílios caseiros e de
lavoura e ‘tangendo o gado, migram em massa para os vales, onde possuem uma
segunda casa e uma segunda aldeia.’ (Rocha, 1993, p. 127). E ficam nas
Inverneira, abrigados do frio, até meados de março.
No Núcleo Museológico de Castro Laboreiro é possível
conhecer os hábitos, costumes e tradições das gentes da terra. Terra das
‘viúvas dos vivos’, nome a que os seus habitantes davam às mulheres cujos
maridos, filhos e netos emigravam em busca de condições de vida melhores.
É uma região de grande beleza, serpenteada pelo rio
Laboreiro, que é atravessado por inúmeras pontes representativas das épocas
romana ou medieval, das quais sobressaem a Ponte da Dorna, a Ponte da Capela, a
Ponte Nova ou da Cava Velha e a Ponte Velha.
Castro Laboreiro é também conhecido pelo seu fumeiro e
enchidos, confecionados de forma tradicional, por mãos hábeis e com o saber de
anos e anos.
O guardião desta localidade é o Cão de Castro Laboreiro,
defendendo o gado do grande predador, o Lobo Ibérico, conhecido pela sua
rusticidade, caráter e nobreza desde tempos idos.
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